terça-feira, dezembro 30, 2008

A água, sempre a água

Eu aqui ressuscitada do meio do sono, onde as palavras se confundem e os pensamentos não pouco claros. Instintivamente, penso. Penso numa casa baixinha à beira da praia e nos sonhos que tantas vezes tivemos. Da vida que planeámos num país virado para o mar, numa vida de calma perto da água, sempre a água, a água que nos alimenta e nos rejuvenesce.

O meu caminho é este. O meu caminho é depois de uma entrada de gravilha e pedra, um jardim pequeno, uma mesa de ferro à chuva. O meu caminho é estar ali, onde começa a nossa vida, na praia, na água, na calma. Cheira a maresia.

Tenho a vida inteira para sonhar. Acordei, ressuscitei do sono, não quero dormir.

Estou naquela casa baixinha, sentada na mesa de ferro, um livro aberto à minha frente, tu estás no mar. Eu espero. Eu aqui e um corpo mexe-se dentro do meu. Cheira a maresia. Estou assim de olhos fechados e estou lá, na mesa de ferro escurecido. O céu está pesado. Chove, mas eu fico no jardim com o caminho de gravilha e pedra.

Ninguém diz nada. Silêncio, o chão está molhado, as minhas mãos em cima do livro aberto, um corpo ainda a mexer dentro do meu. Visto o casaco que me compraste no nosso casamento. Aconchego-me. Sinto a chuva. A água, sempre a água. Estás no mar. Cheira a maresia.

Fecho os olhos. A noite vai longa. Deixo de sonhar. Adormeço.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A ver vamos...Bom ano, querida violet.

Bj. AlX

6:42 da tarde  

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