segunda-feira, julho 19, 2004

O Francisco faz parte da minha vida hoje e, acho que fará sempre parte de mim. Além da ligação de sangue há... o amor. Conheço-o desde que nasceu, vi-o com horas: grande; lindo; gordo.
Depois entrou na nossa casa e ficou. Volta muitas vezes. Conhece os cantos de cada quarto, tem o saco dos brinquedos dele religiosamente guardado. Pela casa não faltam as suas fotografias, ao lado das nossas, como se ele fosse nosso também.  
Lembro-me do seu cheiro a bebé, da dificuldade em adormecê-lo calmamente, do tempo em que não parava e a casa só conhecia sossego quando ele, por fim, sucumbia ao cansaço, num qualquer canto, onde tivesse decidido render-se, junto a um brinquedo abandonado.
Agora, já crescido, sabe vestir-se e tomar banho sozinho, disse adeus às fraldas e quando fica cá, é na minha cama que adormece. Ainda cheira a bebé. Ás vezes os seus bracinhos encontram-me no escuro e seguram-me a mão com força e, no meio do sono, pergunta-me:
- És tu Madinha!?
Tranquilizo-o…. e ele cai no sono profundo, uma vez mais.
É nesses momentos que penso, que o carinho que ele me desperta, esta vontade de o chamar de meu amor pequenino, de o querer mimar e proteger, de o prender a mim, é provavelmente o instinto materno de que tanto se fala.
E quando não está aqui, quando não nos visita durante algum tempo, morremos todos de saudades.