sexta-feira, novembro 26, 2004

Nem sempre

Nem sempre ouvimos o que queremos. Nem sempre os guiões estão definidos prévia e pormenorizadamente, nem sempre os diálogos estão alinhados e as deixas estudadas. Nem sempre surgem na interacção que mantemos as palavras correctas, no momento certo, as palavras mágicas que reporiam a normalidade. Há palavras mágicas?
Nem sempre nos colocamos no lugar do outro, nem sempre vemos os outros a fazerem esse esforço. Nem sempre somos percebidos. Nem sempre percebemos, é verdade! Mas como é que se pode pedir discernimento quando estamos magoados? Nesta fase já só conseguimos magoar, porque o instinto animal de defesa e de protecção já está ao rubro.
Nem sempre é fácil perceber que temos que parar e olhar a situação com algum distanciamento. Nem sempre fazemos o que é devido, o que esperam de nós, o que nós queremos. Nem sempre.
Nem sempre dizemos o que queremos, nem sempre dizemos o que sentimos, nem sempre conseguimos reparar o já que dissemos, nem sempre deixamos que seja reparado o que já ouvimos.
A vida não vem pronta, vive-se a cada dia.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Concordo contigo, mas nem sempre...

4:07 da tarde  

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