segunda-feira, abril 04, 2005

Ao contrário

E se um dia começássemos a cantar as canções ao contrário?! E se um dia a arte fosse recriada a cada olhar, a cada audição, a cada fruição!? Não é já!? :)
E se um dia eu pegasse numa melodia de Jorge Palma e a cantasse à minha maneira....

Podes rir-te
a história é mesmo minha
falo da festa que conheço, de dias de sol e de sentires bons
aceitei cada convite

nunca tive medo de me dar
sou o que te vendo

podes rir-te
foram lágrimas as que lambi
lembro-me dos cambiantes do seu sabor
segui sempre as suas pistas
das tuas mãos aos meus olhos
quero falar-te de amor

Pois é, pois é
há quem viva escondido a vida inteira
Domingo sabe de cor, o que disse
a sexta–feira


Deixo-te rir
sei de cor este engenho
de que te falo com apreço
este curioso destilador
de onde são gotejados
todos os dias choros e risos

Deixo-te rir
ou então deixo-te entrar em mim
sê o meu mestre por um instante
ilumina o meu refúgio
vem aquecer-me as mãos
rasga-me esta mascara sufocante

Pois é, pois é
não quero viver escondida a vida inteira
Domingo sabe de cor, o que vai dizer
o resto da vida

(original de Jorge Palma, aqui alterado por mim)