Carta
Lua, 03 de Dezembro de 2375
Tenho saudades do céu azul, do sol brilhante, de fechar os olhos e sentir o cheiro do mar. Às vezes vejo-me ainda deitada na areia muito quente.
Desejo sentir outra vez o vento na cara. Queria poder dançar de novo entre as árvores ondulantes e verdes. Muito verdes. Faz-me falta partir pelo campo, sem rumo, em busca dos ninhos das cegonhas. Recordo com saudade o passar das Estações, a chegada das noites quentes e longas de Verão, o prazer das conversas esticadas pela madrugada que roubavam tempo à cama.
Apetecia-me o calor saboroso de uma lareira, abraçar a família reunida, saborear castanhas assadas. Queria comprazer-me com um chocolate quente aninhada em ti.
Queria….Mas estou aqui.
Escolhi descobrir o mundo visto do espaço. Decidi viver longe para perceber o Universo. Preferi a emoção de ver a Terra… imensa, azul, poderosa, linda, longe, do tamanho do meu punho fechado que ergo à janela.
Daqui, as fronteiras são ridículas, os países uma caricatura desnecessária, risível até….
Nesta minha nova morada, da Lua para o planeta azul, seguem apenas saudades rememoradas na praia do Mar da Tranquilidade.
Já não sou quem fui. Sou finalmente outra. Cheguei a Casa.
Lua, 03 de Dezembro de 2375
Tenho saudades do céu azul, do sol brilhante, de fechar os olhos e sentir o cheiro do mar. Às vezes vejo-me ainda deitada na areia muito quente.
Desejo sentir outra vez o vento na cara. Queria poder dançar de novo entre as árvores ondulantes e verdes. Muito verdes. Faz-me falta partir pelo campo, sem rumo, em busca dos ninhos das cegonhas. Recordo com saudade o passar das Estações, a chegada das noites quentes e longas de Verão, o prazer das conversas esticadas pela madrugada que roubavam tempo à cama.
Apetecia-me o calor saboroso de uma lareira, abraçar a família reunida, saborear castanhas assadas. Queria comprazer-me com um chocolate quente aninhada em ti.
Queria….Mas estou aqui.
Escolhi descobrir o mundo visto do espaço. Decidi viver longe para perceber o Universo. Preferi a emoção de ver a Terra… imensa, azul, poderosa, linda, longe, do tamanho do meu punho fechado que ergo à janela.
Daqui, as fronteiras são ridículas, os países uma caricatura desnecessária, risível até….
Nesta minha nova morada, da Lua para o planeta azul, seguem apenas saudades rememoradas na praia do Mar da Tranquilidade.
Já não sou quem fui. Sou finalmente outra. Cheguei a Casa.
2 Comments:
Excelente! Adorei. Muita imaginação. Vou voltar cá. Mais uma mulher que demonstra ter conteúdo neste país :)
beijinho
Isabel
Então no "Mundo da Lua", daqui a umas décadas?
Pois bem, o teu texto, profundo, leva-me a pensar porque foges para a Lua. Desagrada-te a Terra? Mas... da dita, na tua memória, restam lembranças boas.
Volta. Todos juntos vamos "poupar" este pedaço do universo, para que nao fujas do nosso convívio.
Beijo
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