quinta-feira, outubro 07, 2004

Lolita
“Lolita, luz da minha vida, fogo da minha virilidade. Meu pecado, minha alma. Lo-li-ta: a ponta da língua faz uma viagem de três passos pelo céu-da-boca abaixo e, no terceiro, bate nos dentes. Lo Li Ta.”

Assim começa o filme. A voz grave e pausada de Jeremy Irons e um grande plano do seu olhar perverso, profundo, corrompido….

Sem programas assumidos acabei a ver o filme Lolita. Já li o livro de Nabokov há algum tempo, mas tenho a história bem presente, os diálogos, os pormenores. Estava de férias na altura.
Lembras-te?
Li-te várias passagens. Discutíamos o que líamos no fim.
A pedofilia, a responsabilidade de Humbert em toda aquela aventura doentia, a postura da criança e o seu posicionamento pró-activo, a perda da inocência de Lolita ou a sua inocente curiosidade, ainda a vontade de experimentar, dominar e explorar.
Vladimir Nabokov criou com esta obra polémica, lançada em Paris, na década de 50, um novo rótulo, uma nova definição para o universo feminino. O Complexo de Lolita passou definitivamente para os compêndios de psicologia, está agora associado à sedução.
Vi o filme por acaso mas no fim foi para o livro que os meus pensamentos voaram. Prefiro as palavras escritas, prefiro imaginar cenários, expressões, perceber e descobrir nas entrelinhas as minhas próprias conclusões.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Considero a sedução natural e inata a mais fascinante, essa mesma que reconheço em ti repetidas vezes, quase sem estares consciente do teu poder. Tenho gostado muito de te ler, identifico-me muitas vezes com o que dizes sentir.

11:59 da manhã  

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