terça-feira, novembro 02, 2004

Ter ou não ter CHÁ

É no Inverno, à noite que o chá me sabe melhor. Bebo chá desde sempre, talvez por influência da minha mãe e da mami, que sempre preferiram o chá ao leite…
Hoje o chá ocupa um lugar de destaque entre os meus sabores preferidos, distingue-se no meio do café, do café com leite, do chocolate quente, do café com natas, do cappuccino… Uma paixão líquida que me conforta.
Mas o chá é ainda hoje um mistério…
Actualmente existem mais de 3000 tipos de chá em todo o mundo, cujas diferenças se relacionam com o clima e o processo de fabrico.As origens do chá perdem-se no tempo, misturando-se com velhas e mágicas histórias, como aquela que conta que a vida de Sheng Nong, um imperador que viveu na China há 5000 anos. Sheng Nong, um governante justo e capaz, homem de ciência e amante das artes vivia preocupado com as epidemias, por isso exigia que toda a água fosse fervida antes de ser consumida.Certo dia, num quente verão oriental, o imperador, de visita a uma das regiões distantes que governava, mandou parar a sua comitiva para que todos descansassem. Os servos começaram então a ferver água para que a comitiva pudesse beber, mas algumas folhas provenientes de arbustos próximos foram arrastadas pelo vento caindo no recipiente em ebulição. Pouco a pouco, a água foi adquirindo uma tonalidade castanha. O imperador, curioso, decidiu provar a estranha infusão e ficou surpreendido pelo sabor extremamente agradável, tornando-se desde esse momento um grande adepto do chá, no que seria seguido pelo seu povo.
A partir da China o chá espalhou-se pelo mundo, primeiro para o vizinho Japão, depois a caminho do Ocidente, através da Ásia Central e da Rússia. Mas foi com a chegada dos portugueses ao Oriente, em finais do século XV, inícios do século XVI, que o chá começou a difundir-se na Europa. As naus portuguesas traziam carregamentos de chá para o porto de Lisboa de onde grande parte era depois re-exportada para a Holanda e a França. As Ilhas Britânicas mantinham-se, em meados do século XVII, alheadas do chá, mas tudo mudou graças a uma Princesa portuguesa. Catarina de Bragança, filha de D. João IV de Portugal, casou com Carlos II de Inglaterra, em 1662, levando para a corte britânica o hábito de beber chá. Diz-se que terá levado no seu dote uma arca de chá da China. instituindo o seu uso na corte.
E eu, por ironia, fui a Inglaterra buscar uma boa parte dos chás que bebo por estes dias, agora que o Inverno começa…. Vai um chá verde com canela?!

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Tomo o chá sim senhor, mas só se for contigo.
J.

4:18 da tarde  

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