segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Reinventar a Arte

Os quadros estavam organizados segundo uma ordem determinada. Analisei-os pormenorizadamente.
Estava ainda envolvida na minha fruição quando entrou uma visita organizada na sala. A mesma que eu já tinha acompanhado há minutos. Agora o guia explicava a sequência dos quadros do Capuchinho Vermelho. Chamou-me a atenção.

Paula Rego
partiu da história original para chegar a uma interpretação contemporânea.
A actualidade da situação salta-nos à vista: crítica social, pedofilia, vingança, o papel da mulher na sociedade…
Já não vemos nos seus quadros uma história para os mais pequeninos.

Manuel António Pina foi mais longe e fechou o ciclo da recriação da arte. Depois de Paula Rego ter roubado aos livros a inspiração para os seus quadros, recuperando a história do capuchinho vermelho, os seus desenhos voltam aos livros e ilustram as letras da nova história da menina vestida de encarnado. Manuel Pina escreve para encher de palavras as imagens que estiveram expostas em Serralves até ao fim do mês de Janeiro de 2005.

Uma exposição com alma que marcou a história da arte em Portugal.