Palavras de papel
Fui ao correio logo pela manhã, dormi mal, agitada, sonhei contigo. Depois, levantei-me cedo, queria escrever-te, sentir-te mais meu, sabes que gosto de te falar assim, por carta, quase em monólogos perdidos. Palavras que faço tuas em papel perfumado… e sobre as quais não sei depois mais nada… Escrevi-te…
Há-de chegar o dia em que me veja reflectida no espelho do corredor da casa grande e me contemple ali retratada já FELIZ.
Há-de ser o dia em que observe as mãos do Sr. Manuel, sentado à espera, à porta, ao sol da tarde e me sinta em estado de ventura.
Há-de ser um dia de muito sol, de Verão, porque é do Verão que gosto e é assim que tem de ser. Há-de estar calor, porque gosto do pôr-do-sol quando pinta o céu em tons de fogo.
Há-de ser um dia especial. O dia em que deixarei de esperar. Hei-de dormir bem e acordar cedo, porque gosto de sentir-me plena de energia para começar o dia.
Há-de chegar o dia. Mas hoje, neste momento, aqui, já, olho para o espelho e não estou ainda mergulhada na felicidade indecente com a qual me comprometi no momento em que os astros ou as estrelas ou o acaso, se alinharam para eu nascer. Não sofro do torpor do adormecimento de viver com um manto que melifique o que sinto e observo. Talvez se assim fosse me sentisse imensamente feliz ou se calhar não… se calhar devia ficar só contente por tal não ser o meu destino. Por me ter tocado o caminho, o percurso que construo ao andar, este que calcorreio ao ritmo dos dias que faço meus, mais depressa ou mais devagar, sempre com um querer maior que tudo.
Há-de chegar o dia ou não…
Fechei a carta, juntei uma fotografia do mar, e fui tomar o pequeno-almoço contigo. Estavas no café onde nos conhecemos, em frente à praia. Sentei-me e senti a brisa, abri os braços e agarrei o mundo. Logo à noite sei que vou dormir melhor.
Fui ao correio logo pela manhã, dormi mal, agitada, sonhei contigo. Depois, levantei-me cedo, queria escrever-te, sentir-te mais meu, sabes que gosto de te falar assim, por carta, quase em monólogos perdidos. Palavras que faço tuas em papel perfumado… e sobre as quais não sei depois mais nada… Escrevi-te…
Há-de chegar o dia em que me veja reflectida no espelho do corredor da casa grande e me contemple ali retratada já FELIZ.
Há-de ser o dia em que observe as mãos do Sr. Manuel, sentado à espera, à porta, ao sol da tarde e me sinta em estado de ventura.
Há-de ser um dia de muito sol, de Verão, porque é do Verão que gosto e é assim que tem de ser. Há-de estar calor, porque gosto do pôr-do-sol quando pinta o céu em tons de fogo.
Há-de ser um dia especial. O dia em que deixarei de esperar. Hei-de dormir bem e acordar cedo, porque gosto de sentir-me plena de energia para começar o dia.
Há-de chegar o dia. Mas hoje, neste momento, aqui, já, olho para o espelho e não estou ainda mergulhada na felicidade indecente com a qual me comprometi no momento em que os astros ou as estrelas ou o acaso, se alinharam para eu nascer. Não sofro do torpor do adormecimento de viver com um manto que melifique o que sinto e observo. Talvez se assim fosse me sentisse imensamente feliz ou se calhar não… se calhar devia ficar só contente por tal não ser o meu destino. Por me ter tocado o caminho, o percurso que construo ao andar, este que calcorreio ao ritmo dos dias que faço meus, mais depressa ou mais devagar, sempre com um querer maior que tudo.
Há-de chegar o dia ou não…
Fechei a carta, juntei uma fotografia do mar, e fui tomar o pequeno-almoço contigo. Estavas no café onde nos conhecemos, em frente à praia. Sentei-me e senti a brisa, abri os braços e agarrei o mundo. Logo à noite sei que vou dormir melhor.
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