A sedução do PODER
Li este fim-de-semana uma notícia que dava conta do desagrado do nosso único prémio Nobel da literatura pelo trabalho feito pelo Presidente da Republica Federativa do Brasil. José Saramago está descontente com as políticas seguidas por Lula da Silva. O outrora representante dos sem-terra, vive hoje, na opinião de Saramago como um outro homem. Diferente daquele que chegou ao poder, já pouco preocupado com as políticas sociais tão necessárias para o país que dança empunhando as cores verde e amarelo sob a sigla Ordem e Progresso.
http://jn2.sapo.pt/textos/out70811.asp
Mais um “ilustre” que defende que o poder muda, que o poder modifica altera, corrompe, conquista. Lembrei-me de um livro que li há muitos anos, mas que pelos vistos retrata a sociedade dos dias de hoje. “Animal Farm” de George Orwell, do mesmo autor de 1984. Uma crítica social intemporal àqueles que lutam pela conquista do poder e que depois se transformam naquilo que tanto criticaram.
“O Triunfo dos porcos” conta a história de uma quinta onde os animais trabalhavam e produziam e, como em todas as quintas, eram os humanos que usufruíam dos bens, da produção, do conforto.
"Man is the only creature that consumes without producing. He does not give milk, he does not lay eggs, he is too weak to pull the plough, he cannot run fast enough to catch rabbits. Yet he is lord of all the animals. He sets them to work, he gives back to them the bare minimum that will prevent them from starving, and the rest he keeps for himself."
Reunidos os animais, organizados e esclarecidos os “bichos” começou a revolta, faseada, pensada, calculada para vencer Mr. Jones, proprietário, dono e senhor da Manor Farm.
Ora numa boa revolta não falta um líder forte que se destaque, neste caso da família dos porcos. Napoleão porco rosado e forte conduziu os animais ao poder, à conquista da liberdade, expulsando os humanos, fazendo alianças com os agricultores vizinhos, gerindo a quinta.
Mas como na casa estaria mais confortável mudou-se para lá com malas e família. Como estava frio passou a vestir-se como um humano. Como era um ser superior começou a caminhar sobre as patas traseiras. Como era necessária alguma organização passou a mandar. Não porque quisesse ou gostasse, mas porque sendo ele o mais inteligente e o mais forte, viu-se obrigado a isso, para bem de todos.
E os animais da quinta continuaram a ter a mesma vida de sempre, agora sem Mr. Jones, mas sob as ordens do novo líder Mr. Napoleão Pig.
"But they had not gone twenty yards when they stopped short. An uproar of voices was coming from the farmhouse. They rushed back and looked through the window again. Yes, a violent quarrel was in progress. There were shoutings, bangings on the table, sharp suspicious glances, furious denials. The source of the trouble appeared to be that Napoleon and Mr. Pilkington had each played an ace of spades simultaneously.Twelve voices were shouting in anger, and they were all alike. No question, now, what had happened to the faces of the pigs. The creatures outside looked from pig to man, and from man to pig, and from pig to man again; but already it was impossible to say which was which."
Li este fim-de-semana uma notícia que dava conta do desagrado do nosso único prémio Nobel da literatura pelo trabalho feito pelo Presidente da Republica Federativa do Brasil. José Saramago está descontente com as políticas seguidas por Lula da Silva. O outrora representante dos sem-terra, vive hoje, na opinião de Saramago como um outro homem. Diferente daquele que chegou ao poder, já pouco preocupado com as políticas sociais tão necessárias para o país que dança empunhando as cores verde e amarelo sob a sigla Ordem e Progresso.
http://jn2.sapo.pt/textos/out70811.asp
Mais um “ilustre” que defende que o poder muda, que o poder modifica altera, corrompe, conquista. Lembrei-me de um livro que li há muitos anos, mas que pelos vistos retrata a sociedade dos dias de hoje. “Animal Farm” de George Orwell, do mesmo autor de 1984. Uma crítica social intemporal àqueles que lutam pela conquista do poder e que depois se transformam naquilo que tanto criticaram.
“O Triunfo dos porcos” conta a história de uma quinta onde os animais trabalhavam e produziam e, como em todas as quintas, eram os humanos que usufruíam dos bens, da produção, do conforto.
"Man is the only creature that consumes without producing. He does not give milk, he does not lay eggs, he is too weak to pull the plough, he cannot run fast enough to catch rabbits. Yet he is lord of all the animals. He sets them to work, he gives back to them the bare minimum that will prevent them from starving, and the rest he keeps for himself."
Reunidos os animais, organizados e esclarecidos os “bichos” começou a revolta, faseada, pensada, calculada para vencer Mr. Jones, proprietário, dono e senhor da Manor Farm.
Ora numa boa revolta não falta um líder forte que se destaque, neste caso da família dos porcos. Napoleão porco rosado e forte conduziu os animais ao poder, à conquista da liberdade, expulsando os humanos, fazendo alianças com os agricultores vizinhos, gerindo a quinta.
Mas como na casa estaria mais confortável mudou-se para lá com malas e família. Como estava frio passou a vestir-se como um humano. Como era um ser superior começou a caminhar sobre as patas traseiras. Como era necessária alguma organização passou a mandar. Não porque quisesse ou gostasse, mas porque sendo ele o mais inteligente e o mais forte, viu-se obrigado a isso, para bem de todos.
E os animais da quinta continuaram a ter a mesma vida de sempre, agora sem Mr. Jones, mas sob as ordens do novo líder Mr. Napoleão Pig.
"But they had not gone twenty yards when they stopped short. An uproar of voices was coming from the farmhouse. They rushed back and looked through the window again. Yes, a violent quarrel was in progress. There were shoutings, bangings on the table, sharp suspicious glances, furious denials. The source of the trouble appeared to be that Napoleon and Mr. Pilkington had each played an ace of spades simultaneously.Twelve voices were shouting in anger, and they were all alike. No question, now, what had happened to the faces of the pigs. The creatures outside looked from pig to man, and from man to pig, and from pig to man again; but already it was impossible to say which was which."
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