domingo, fevereiro 13, 2005

I just can’t get enough

Fui ver os Nouvelle Vague. Um projecto que enche de cor e de conteúdo versões de temas já conhecidos. Temas que suplantam os originais… onde impera o calor da Bossa Nova.
Logo no fim do espectáculo fiquei desconcertada. Soube-me a pouco. As canções sucederam-se depressa, sempre familiares. Interpretadas de forma sentida com o sensual sotaque francês a arranhar as letras anglo-saxónicas.
Apetecia-me dançar pela pista toda de olhos fechados. Contive-me.
Fiquei lá quase quieta, quase confinada, quase sossegada, quase… mas trauteando as letras, entretida a dançar por dentro e a sacudir–me como faz toda a gente em qualquer concerto.
No fim, o sentimento de sempre, uma cobiça de quem se entrega à arte, à musica, à dança, à pintura, à escrita. Sempre. Uma inveja, confesso que passageira, de quem detém o prazer de estar cativo entre a supremacia da imaginação e da transcendência e a concretização humana. Sai de lá com as melodias a ecoarem em mim....

I just can’t get enough, I just can’t get enough
We walk together, we're walking down the street

And I just can't get enough, I just can't get enough
Every time I think of you I know we have to meet
And I just can't get enough, I just can't get enough


(original dos Depeche Mode, 1981)